47 % dos pastores evangélicos sofrem de transtornos mentais
Pastores à beira de um ataque de nervos", este é o título de um excelente artigo publicado na Revista Eclésia, edição 118, assinado por Uilian Uilson Santos. Seu texto se refere ao aparecimento cada vez mais freqüente, de doenças emocionais em pastores e líderes evangélicos.Entre as principais causas do fenômeno, destacam-se:-O descuido com a saúde mental-A solidão-A falta de conselheiros para compartilhar seus problemas-O ativismo ministerial-A falta de repouso adequado (férias e folgas)-A pressão institucional por resultados em termos de número de membros e ofertasBaseado numa tese de psiquiatria e religião, intitulada "a prevalência de transtornos mentais entre ministros religiosos", o artigo revela os seguintes índices:47% dos pastores evangélicos sofrem de transtornos mentais16% têm depressão13% Não conseguem dormir normalmenteConheço alguns companheiros que apesar de manifestar os sintomas dos distúrbios mentais e emocionais, teimam em manter o mesmo padrão de vida (desgraçadamente vivida).Quem acaba no final sendo penalizada com isso, é a família do pastor ou líder, que por ser transformada em escape de suas neuroses, psicoses e demais distúrbios, sofre constantemente com seus ataques de nervos, mal humor crônico, maltratos e outros descarregos emocionais.Fonte: http://www.altairgermano.com/2007/08/transtornos-mentais-aumentam-entre.html
Observação: Os assinantes da Revista Eclésia podem ler o texto no site no link http://www.eclesia.com.br/arquivo.asp?pesquisar=chegando&offset=15
Reflexões do livro “Neuroses Eclesiásticas” – de Karl Kepler
“Porque, se nós julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados”. – 1 Coríntios 11:31
A intenção de escrever tal livro, diz o Dr. Karl Kepler é que façamos um “autojulgamento”, nas esperança de, com a ajuda de Deus nesse autoexame, virmos a ser mais aperfeiçoados, cristãos melhores e mais saudáveis.O MAL ESTAR DA IGREJAA má notícia, diz o Dr. Kepler, é que não estamos tão bem quanto gostaríamos. Isso é em um sentido geral e as evidências dizem o mesmo, se comprovam nos gabinetes e nos consultórios. Muitas pessoas sentem que a igreja não está bem. E porque não estão bem? Não está bem porque os próprios crentes, também não estão bem.Busco falar sobre “Neuroses da Igreja ou Neuroses Eclesiogênicas” – adoecimentos típicos emocionais de quem convive e participa de um ambiente de igreja.O que é neurose? Neuroses são definidas como um adoecimento de origem psicológica, em que os sintomas (o comportamento que se vê), são a expressão simbólica de um conflito psíquico[1]. “Reconheço que minha capacidade é bastante limitada” - diz o nosso autor, na intenção de dizer que há uma complexidade muito grande no homem e nas diferentes igrejas, que é o assunto a ser abordado.E ele continua dizendo: Não se pode considerar uma igreja boa quando seus membros não se sentem bem. Muitas vezes os membros parecem presos a uma estrutura circular, repetitiva, na qual só podem receber a graça de Deus, os que estão muito mal, muito necessitados. Ele diz isso, nos casos das igrejas “Neopentecostais” que culto após culto, semana após semana, se repetem. E o nosso autor continua: As igrejas podem até estar cheias, mas o que aconteceria se, apenas como exemplo, desligássemos os microfones e os instrumentos musicais? Os crentes provavelmente “acordariam” para sua realidade, perceber-se-iam mais distantes uns dos outros, sem muita coisa para assistir, mais abandonados e carentes do que lhe fariam bem – contato real, humano, amoroso e edificante – e provavelmente muitos se afastariam das reuniões.Mas essas constatações de um “mal-estar na igreja” precisam de mais fundamento.Que sinais enxergamos do mal-estar entre os crentes? Nosso autor cita alguns como:
- Loucura
- Frustração
- Desconfiança
- Pasteurização
E todos esses tópicos, ressalta Karl Kepler, requer de nós uma investigação. É uma busca, uma pesquisa, uma tentativa de analisar o que está ocorrendo. E é o que ele vai fazer. Diz ele: “Precisamos entrar na igreja, para tentar descobrir o que está havendo, tentar identificar porque uma comunidade que deveria estar gerando vida abundante está produzindo “semizumbis”, poucos vivos”.Por que uma instituição que poderia ser terapêutica está ajudando a adoecer, e por que tantas pessoas que dela se aproximam saem frustradas após algum tempo?
Agora, não mais Karl Kepler, mas este que lhe envia este breve texto, é o que lhe fala, afim de refletir, questionar. Neemias questionou seu irmão e a história de Israel mudou. Perguntar, o porque, como, para que, onde, com quem, quando, cadê, enfim, a ânsia de buscar resposta, é o que me inspira e me incentiva a compartilhar com você estas breves linhas.
“Tudo que sei, é que nada sei”. Frase essa do filósofo Sócrates, que faço uso aqui para dizer que “quanto mais vivo, mais tenho necessidade de aprender e é isso que me faz ter cada dia mais, essa vontade de viver, e quando penso que aprendi algo, muito mais quero aprender”. E essa frase, por incrível que pareça, acabou de sair da minha cabeça agora mesmo, enquanto escrevia.
Quero encontrar respostas. Não posso desistir de ver as coisas como estão e cruzar os braços. Tenho conversado com amigos, tenho visto situações, lido notícias, servido de ouvido para alguns, de mão amiga para outro, mas acontece que essas “neuroses” também podem me, aliás, “pegar-nos” de surpresa. Não há super-heróis nas nossas Bíblias e sim homens e mulheres de Deus, como você, eu e nossos irmãos. No Novo Testamento, Tiago, em sua carta, explica de forma simples e clara que “Elias”, sim o profeta de Israel, “era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos...” – Tiago 5:17. Espero poder contribuir, e aprender com você que lê, para que possamos orar, como George Whitefield orou certa vez dizendo: “Eu peço a Deus que faça de mim hoje um crente fora do comum”.
Paramos então, numa questão que muito nos incomoda, até por que “onde já se viu reclamar de Deus, da igreja, dos pais, dos líderes, etc.?”. A pergunta que o Dr. Karl Kepler nos fez foi : “Por que uma instituição, neste caso a igreja, que poderia ser terapêutica está ajudando a adoecer, e por que tantas pessoas que dela se aproximam saem frustradas após algum tempo?”
Vamos lembrar novamente, alguns “sinais do mal-estar entre os crentes”? Repito: Loucura, Frustração, Desconfiança e Pasteurização.
Loucura?
Desde 1980, conta nosso escritor, fiz visitas a sanatórios, hospitais psiquiátricos...e notei que estes estivessem cheios, e com muitos irmãos evangélicos entre os pacientes. Me questionei sobre isso. Na verdade estudos sérios que tive acesso pela Unicamp, mostram que comunidades, como as igrejas, na grande maioria dos casos, reduzem os estragos das doenças mentais. Então entenda: Tomemos a presença de evangélicos em sanatórios como um primeiro sinal de que diferentemente do que alguns pregam e acreditam, não somos imunes às doenças mentais, e também não temos conseguido, curá-las, como certamente gostaríamos.
Frustração?
Um segundo sinal: O mundo está cheio de ex-crentes. Já também na mesma década de 80 um estudo do Jornal Batista apontava que o mesmo número de ex-batistas era o mesmo de batistas na ativa. Ser um ex-batista evidentemente não que dizer que a pessoa deixou de ser um crente. Mas o estudo estava voltado neste seguimento. Com o fenômeno das igrejas neopentecostais, uma nova safra de crentes evangélicos inundou o Brasil e à medida que os anos passam e as “promessas de prosperidade” não se cumprem, uma nova safra de ex-crentes decepcionados deve estar voltando para as ruas. Não esperamos que a igreja satisfaça a todos que a procuram. Mas decepcionar a tantas pessoas, dentre a pequena parcela da população que se decide a entrar nela, é sem dúvida mais um indicador de que há problemas sérios que não estão sendo tratados, tanto nas igrejas tradicionais, quanto nas pentecostais.
Desconfiança?
Por que o crente tem medo de consultar um psicólogo? Primeiramente, talvez, porque é difícil para todo mundo admitir que tem problemas; e mais ainda quando aprendemos (e ensinamos) a cantar que Jesus é a solução de todos os nossos problemas. Além disso, diz Kepler enfaticamente, temos medo de que o psicólogo vá nos encorajar a abandonar a nossa fé, a abandonar o casamento, ou a própria igreja, entre outras coisas. Um outro ponto é que “temos dificuldade de lidar com críticas”. E isso só revela a nossa falta de hábito de criticarmos a nós mesmos, de praticar a autocrítica. A autocrítica envolve a difícil tarefa de reconhecer erros, ouvir reclamações, parar nosso ritmo frenético de atividades e falas e se dispor a escutar, refletir, examinar e criticar também. A prática da autocrítica implica aceitar, sempre, certo montante de fracassos. E isso não parece condizer com a postura de quem tem o Rei dos reis e Senhor dos senhores ao seu lado. *Ainda mais numa cultura cristã “triunfalista”, que, esteja certa, ou esteja errada, brada a plenos pulmões dizendo que “Eu posso todas as coisas Naquele que me fortalece”, quando se está por cima, mas quando a luta e a dificuldade vem é obra do diabo. Será?
Pasteurização?
Um outro sinal de que as coisas não vão bem conosco é “a qualidade de vida que temos”. Não em questões financeiras ou de conforto material, mas qualidade viva mesmo. Nossa vida evangélica no dia-a-dia poderia ser qualificada como “pasteurizada”, aquela dos leites de saquinho ou UHT de caixinha. Aqui Karl Kepler está se utilizando de uma figura de linguagem, uma ilustração no que quer nos explicar. Ele diz: Nossa vida sofreu um enorme choque térmico e ficou estéril, infecunda, sem muito brilho nem muita cor. As pessoas de fora da igreja, consideram o crente como aquele que não faz isso, não participa daquilo, não aprova aquilo outro; ou seja, uma identidade negativa. O crente é visto como um ótimo funcionário, é bom trabalhador, mas péssimo para se conviver, sem disposição de se sociabilizar. Uma boa área que quero falar disso pode ser a música. Tenho contato com muitos profissionais do ramo e são muito bons no que fazem. Certa vez comecei a perguntar-lhes o que pensavam a respeito das nossas bandas gospel. Eles com muito jeito para não me constranger, pois sabiam que eu era evangélico, me responderam que os músicos tocam muito bem, têm boa técnica, mas que a música parece “sem alma”. Certinha, tecnicamente perfeita, mas sem alma. Acho que é um bom retrato da nossa vida: procuramos fazer tudo certinho, da melhor maneira possível, mas por alguma razão, sem muito sabor, sem muita vida. Não queremos enganar ninguém, temos as melhores das intenções, queremos ser espirituais, queremos acertar em tudo. Mas muitas das vezes nossa vida continua da mesma forma. Daí então pedimos a ajuda de Deus, oramos mais intensamente, prestamos atenção nos sermões, nas profecias, mas nossas vidas seguem “pasteurizadas”, meia viva, meia morta. A igreja não muda isso e parece até que reforça essa pasteurização. É por isso que digo que precisamos de “investigar”.Por que investigar?Porque quando há algo errado em nossa casa, por exemplo, procuramos encontrar o problema até resolvê-lo. No caso, “a igreja” precisamos descobrir o que está havendo. De novo aquelas incômodas questões nos são necessárias: Por que uma comunidade que deveria estar gerando vida abundante, está produzindo semizumbis poucos vivos? Por que uma instituição que poderia ser terapêutica, ajuda a adoecer, e por que tantas pessoas que dela se aproximam saem frustradas após algum tempo? Mas medite nesse versículo:E então disse Jesus: Porque vocês não se retiram como eles assim fizéram?E Pedro então respondeu: Para onde iremos Senhor? Tu tens as Palavras da Vida Eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus. Boas Novas de João – Capítulo 6 versos 67 a 69.Vejamos então os climas:
- Dentro das Igrejas
- Das Pregações
- Do Louvor e Adoração
- No coração dos cristãos
E ainda a qualidade “da “roda viva” - a membresia das nossas igrejas
1. O clima dentro das Igrejas
O que a igreja, por si só, nos leva a pensar, fazer? Nos lembra de Deus, de Alguém maior do que nós, que está acima de nós, supremo, inquestionável. Nos lembra também do céu, da eternidade... Lá dentro do prédio que convencionamos chamar “igreja”, desfrutamos de alguma convivência humana: temos amigos...há espaço para os jovens conhecerem outros do sexo oposto...a participação em grupos fortalece as amizades...todo esse relacionamento é bom e acontece aqui embaixo na “casa de Deus”. Essa vida mais social nos torna afetivamente supridos, o que reforça a separação que muitas vezes é pregada, entre os crentes e “o mundo”. Imaginamos que Deus, lá do alto, nos abençoa e protege, e ao mesmo tempo condena o mundo lá fora. E enquanto Deus é sentido “lá no alto”, aqui em baixo existe uma categoria de servos especiais dEle, que de certo modo, o representam: sãos os pastores e pastoras, e no caso dos irmãos pentencostais, diz o nosso autor, profetas e profetisas.Existe algo que não dá para negar, diz Kepler: mesmo que nós, protestantes, afirmemos a correta doutrina do “sacerdócio universal dos crentes”, no ambiente da igreja praticamos uma separação entre ministro (pastores, anciãos, presbíteros, qualquer que seja o nome), e os irmãos e irmãs em geral: diferenciação muito parecida com a existente entre clero e leigos na igreja católica. Essa hierarquia amplia, no cristão comum, aquele sentimento de pequenez, de incapacidade própria.O mapa de atividades da igreja diz Karl Kepler, se parece muito com um estádio de futebol: muitos sentados assistindo e alguns poucos heróis correndo feitos loucos, providenciando a ação. Como a igreja não é um time de futebol, e como são esses poucos ativos que fazem uso da palavra, é muito freqüente que eles confundam “viver para Deus” com “assumir alguma responsabilidade na igreja” (afinal, eles estão sentindo o desgaste na própria pele). Isso nos leva a próxima área de investigação, “o clima das pregações”.
2. O clima das pregações
Tradicionalmente, temos dois tipos de pregação em nossas igrejas: Sermões para "os de fora", chamados sermões evangelísticos, e os sermões para os de dentro, para os crentes, os sermões doutrinários. As diferenças entre estes dois tipos de sermões são grandes e bastante reveladoras. Nas mensagens evangelísticas a tônica é: "Deus ama e aceita você, venha para Jesus como está, e Ele perdoará os seus pecados. Saia dessa vida e junte-se a nós". Antigamente quase todas as igrejas tinham cultos no domingo pela manhã (dirigido aos crentes) e novamente à noite (dirigido aos visitantes, evangelístico). Hoje apenas alguns grupos mantêm essa prática. Mas o que é pregado aos crentes, aos que já aceitaram a mensagem evangelística, decidiram crer em Jesus e se integraram à igreja?
Diz o nosso autor que quando falam aos crentes (que é a grande amioria dos casos), os pregadores sempre estão cobrando alguma coisa, sempre mostrando a necessidade de algum aperfeiçoamento. É verdade que entre entre as denominações, os estilos e tônicas das pregações, tem os seus estilos próprios. Por exemplo: No caso dos nossos irmãos neo-pentecostais, os ouvintes são compelidos a ir à frente para receber uma unção do pregador/pastor para que sua vida melhore (até o domingo seguinte, quando o procedimento será repetido). Já os pentecostais e até os tradicionais, muitas vezes saem do culto compenetrados em alguma virtude que ainda lhes falta. Agora, voltemos à figura do estádio de futebol do qual foi falado algumas linhas acima: os pastores, na verdade sabem que esse jogo não é apenas para os 22 em campo e não se conformam com a falta de participação da audiência. Essa "frustração" com a igreja, transparece em muitas pregações. As frases mais ouvidas são de compromisso, de seriedade, de obediência - às vezes em troca da proteção ou da benção. O sentimento transmitido é que "DEUS, lá do alto, está insatisfeito com você crente". Ou seja: Você (eu), nós, precisamos nos dedicar mais, ler mais a Bíblia, orar mais, evangelizar mais, jejuar constantemente, combater mais o pecado, enfim, mais, mais mais e mais. Muitas coisas prazerosas foram transformadas em dever. Quér alguns exemplos? Amar aos irmãos, ter comunhão com Deus, ajudar a diminuir os sofrimentos dos outros, tudo é lido e ouvido "sob a ótica do dever", do mandamento a ser obedecido. E dependendo de quem e como é ministrado, passado a mensagem, parece que se tem "adicionais" ao decálogo, gerando o 11º, 12º, 13º mandamentos e assim por diante.
Como estudioso, diz Karl Kepler, provavelmente estamos aqui, diante do que pesquisamos, em contato com uma importante fonte de nossos problemas. Quem atendeu a mensagem, ao apelo que dizia "Vinde a mim, todós vós que estais cansados e oprimidos, e eu lhes aliviarei - Mt 11:28", agora só ouve mensagens (pregadas em nome do mesmo Deus), que exigem mais empenho, mais esforço, mais tantas e tantas "imposições" que nem convém citá-las. Então, eis nos à questão: Onde está o descanso prometido?
E no meio de tantas cobranças, ainda somos levados a cantar "Satisfação é ter Cristo, não há maior prazer já visto"... Isso, diz Kepler, muitas vezes, sendo enfatizado pelos ministros a cantar com "mais entusiasmo". Sinceramente não é saudável, diz o estudioso. E por falar em cantar, o louvor e a adoração é uma outra área que examinei também, diz o nosso autor.
E é o tema, que veremos a seguir nas próximas postagens.
Diz o nosso autor que quando falam aos crentes (que é a grande amioria dos casos), os pregadores sempre estão cobrando alguma coisa, sempre mostrando a necessidade de algum aperfeiçoamento. É verdade que entre entre as denominações, os estilos e tônicas das pregações, tem os seus estilos próprios. Por exemplo: No caso dos nossos irmãos neo-pentecostais, os ouvintes são compelidos a ir à frente para receber uma unção do pregador/pastor para que sua vida melhore (até o domingo seguinte, quando o procedimento será repetido). Já os pentecostais e até os tradicionais, muitas vezes saem do culto compenetrados em alguma virtude que ainda lhes falta. Agora, voltemos à figura do estádio de futebol do qual foi falado algumas linhas acima: os pastores, na verdade sabem que esse jogo não é apenas para os 22 em campo e não se conformam com a falta de participação da audiência. Essa "frustração" com a igreja, transparece em muitas pregações. As frases mais ouvidas são de compromisso, de seriedade, de obediência - às vezes em troca da proteção ou da benção. O sentimento transmitido é que "DEUS, lá do alto, está insatisfeito com você crente". Ou seja: Você (eu), nós, precisamos nos dedicar mais, ler mais a Bíblia, orar mais, evangelizar mais, jejuar constantemente, combater mais o pecado, enfim, mais, mais mais e mais. Muitas coisas prazerosas foram transformadas em dever. Quér alguns exemplos? Amar aos irmãos, ter comunhão com Deus, ajudar a diminuir os sofrimentos dos outros, tudo é lido e ouvido "sob a ótica do dever", do mandamento a ser obedecido. E dependendo de quem e como é ministrado, passado a mensagem, parece que se tem "adicionais" ao decálogo, gerando o 11º, 12º, 13º mandamentos e assim por diante.
Como estudioso, diz Karl Kepler, provavelmente estamos aqui, diante do que pesquisamos, em contato com uma importante fonte de nossos problemas. Quem atendeu a mensagem, ao apelo que dizia "Vinde a mim, todós vós que estais cansados e oprimidos, e eu lhes aliviarei - Mt 11:28", agora só ouve mensagens (pregadas em nome do mesmo Deus), que exigem mais empenho, mais esforço, mais tantas e tantas "imposições" que nem convém citá-las. Então, eis nos à questão: Onde está o descanso prometido?
E no meio de tantas cobranças, ainda somos levados a cantar "Satisfação é ter Cristo, não há maior prazer já visto"... Isso, diz Kepler, muitas vezes, sendo enfatizado pelos ministros a cantar com "mais entusiasmo". Sinceramente não é saudável, diz o estudioso. E por falar em cantar, o louvor e a adoração é uma outra área que examinei também, diz o nosso autor.
E é o tema, que veremos a seguir nas próximas postagens.
[1] Karl Kepler opus citi Laplache/Pontalis, VOCABULÁRIO DE PSICANÁLISE, SãoPaulo, Martins Fontes Editora, pg. 16.
Karl Kepler é brasileiro, formado em Teologia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo, onde leciona Novo Testamento, foi ordenado pastor, formou-se Psicólogo Clínico pela PUC-SP, é professor na área de Psicologia, atualmente é o Presidente Nacional do CPPC - Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos, escritor dos livros "Aba Pai - aprendendo com nossos filhos sobre o Pai do Céu” e “Neuroses Eclesiásticas e o Evangelho para Crentes”, além de escrever artigos para a revista “Psicoteologia”.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAbsolutamente, verdadeiro tudo o que li acima. Cada palavra tem 100% de realidade. Não sou evangélica, mas sou cristã... entendam como quiserem. Vejo toda essa estória como uma corrida ao "ouro".
ResponderExcluirObservo aqueles que se dizem "pastores" não terem a menor expressão verbal, mal sabem pronunciar sua própria língua (o português), o que não invalida a presença da fé (desde que ela se faça real).
Está havendo um atropelamento, uma falta de direcionamento geral... falam demais, sem saber exatamente o que dizem, fazem muito barulho, tentando levar os fiéis à uma histeria coletiva, provocando verdadeira neurose.
Muuuuitos não estão nem um pouco preparados para o secerdócio, precisam introjetar o nosso Criador de outra forma, precisam entender que "VER" não é apenas o que se encherga com a visão ocular... é bem mais do que isso.
Só quando (se) houver a tão sonhada reforma íntima deixará de ter espaço toda essa problemática. Sabedoria é não ter religião, mas ter a consciência do que é religiosidade.
Abraço fraterno.
Gostaria de saber se posso fazer algumas considerações sobre o tema e sugerir algumas idéias>
ResponderExcluirBem, pra começar creio que tudo que foi de dito acima está correto e concordo. Não preciso fazer comentario sobre as questões.
ResponderExcluirPrecisamos tratar de frente, com coragem e sem corporativismo pastoral. Devemos tratar não como se fossemos vitimas, de males que afetam tantos e que por alguma razão psicologica, neurotica, auto-escudo escleisiastico-espiritual (há muitos que acham que são deuses!!), não conseguimos nos libertar de um ministério que é tão importante quanto tantos outros segundo as Escrituras.
O ministério pastoral precisa urgente de uma reavaliação biblica (ele tem o seu lugar na igreja!!), reavaliação vocacional, financeira (por que somente este ministerio é mais valorizado que outros? e porque tanta concorrencia entre pastores? porque não podemos dividir este ministério por especialidade como para idosos, infancia, adolescencia, juventude, ação social, ensino, etc? Mesmo em igrejas pequenas? Por que os pastores não podem ter uma outra profissão e realizar tarefas com mais pastores que também trabalham? Porque temos que ser "integral" quando na verdade está mais que provado que não somos deuses, não podemos estar em todos os lugares, não resolvemos todos os problemas, não somos poderosos, somos humanos, somos falhos, somos deficientes, temos carencias, temos familias!!!! Olhem os relatorios das igrejas mais tradicionais... vejam as carencias das regiões... vejam as carencias dos "ministros", vejam as cobranças, e vejam o que as confederações, federações, presbitérios, e etc, fazem com os pastores que por exemplo não interesa a certos grupos corporativos que existem dentro das instituições!! Se eu estiver errado... paro por aqui!! s eu estiver errado não sei pra quer tratar deste tema, quando na verdade o problemas é tão profundo quanto se possa imaginar!!! Há sindromes de poder, de ganancia, de status, de fama, de marcketing!!! olhem as TVs, olhem os rádios, olhem os outdoor's! será que estou equivocado!! estamos doentes... e nossas igrejas foram contaminadas... algumas sabem disso... outras figem que não vêem, pois importa é estar cheia... outras não querem enchegar, o problema pois foram levadas a pensar que o pastor é infalivel, a igreja é infalivel ( acho que este pensamento não é proprio dos evangelicos, certo?)!! somos gente! minha alma é tão importante como meu corpo, minha mente, meus anseios, minha liberdade, meu prazer, minha familia...se não fosse importante creio que Jesus não precisaria nos ressuscitar no ultimo dia...
Precisamos parar... precisamos dar um basta naquilo que não é Graça! Fomos iludidos, com o poder! Iludidos com a infabilidade que nunca, nunca nos foi dada... irrepreensivel não é infalível... ser humano é o que somos...
Gostaria de ser mal interpretado... apenas quero compartilhar os dramas que foram mencionados acima... sou parte disso também...
A frase que escrevi correta é: Gostaria de não ser mal interpretado... desculpem a falha...
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