quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Nossa Suficiência em CRISTO

Visto como pelo seu divino poder nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude - 2 Pedro 1.3
Segundo John MacArthur "O cristianismo puro não precisa de embelezamento. O cristianismo puro e simples, não precisa de invenções, modismos, mundanismos, tendências, assuntos palpitantes do momento. Aliás, isso tudo só serve para diluir e enfraquecer a pureza da fé". E ele ainda enfatiza: "Pelo Seu (de Cristo) divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade". Entendam: como "cristãos" encontramos em CRISTO e suas provisões, plena suficiência para as nossas necessidades. O divino poder do nosso Senhor e Salvador já nos outorgou tudo relacionado à vida e à piedade. No momento da salvação o cristão recebe tudo o que precisa; é claro que ele precisa crescer e amadurecer, mas não lhe falta nenhum, absolutamente nenhum dos recursos dos quais ele necessita, nada, nada mesmo lhe falta. Então porque buscarmos "algo mais"?

domingo, 24 de janeiro de 2010

ECLESIOLOGIA

PSICOTEOLOGIA


47 % dos pastores evangélicos sofrem de transtornos mentais

Pastores à beira de um ataque de nervos", este é o título de um excelente artigo publicado na Revista Eclésia, edição 118, assinado por Uilian Uilson Santos. Seu texto se refere ao aparecimento cada vez mais freqüente, de doenças emocionais em pastores e líderes evangélicos.Entre as principais causas do fenômeno, destacam-se:-O descuido com a saúde mental-A solidão-A falta de conselheiros para compartilhar seus problemas-O ativismo ministerial-A falta de repouso adequado (férias e folgas)-A pressão institucional por resultados em termos de número de membros e ofertasBaseado numa tese de psiquiatria e religião, intitulada "a prevalência de transtornos mentais entre ministros religiosos", o artigo revela os seguintes índices:47% dos pastores evangélicos sofrem de transtornos mentais16% têm depressão13% Não conseguem dormir normalmenteConheço alguns companheiros que apesar de manifestar os sintomas dos distúrbios mentais e emocionais, teimam em manter o mesmo padrão de vida (desgraçadamente vivida).Quem acaba no final sendo penalizada com isso, é a família do pastor ou líder, que por ser transformada em escape de suas neuroses, psicoses e demais distúrbios, sofre constantemente com seus ataques de nervos, mal humor crônico, maltratos e outros descarregos emocionais.Fonte: http://www.altairgermano.com/2007/08/transtornos-mentais-aumentam-entre.html
Observação: Os assinantes da Revista Eclésia podem ler o texto no site no link http://www.eclesia.com.br/arquivo.asp?pesquisar=chegando&offset=15


Reflexões do livro “Neuroses Eclesiásticas” – de Karl Kepler
“Porque, se nós julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados”. – 1 Coríntios 11:31
A intenção de escrever tal livro, diz o Dr. Karl Kepler é que façamos um “autojulgamento”, nas esperança de, com a ajuda de Deus nesse autoexame, virmos a ser mais aperfeiçoados, cristãos melhores e mais saudáveis.O MAL ESTAR DA IGREJAA má notícia, diz o Dr. Kepler, é que não estamos tão bem quanto gostaríamos. Isso é em um sentido geral e as evidências dizem o mesmo, se comprovam nos gabinetes e nos consultórios. Muitas pessoas sentem que a igreja não está bem. E porque não estão bem? Não está bem porque os próprios crentes, também não estão bem.Busco falar sobre “Neuroses da Igreja ou Neuroses Eclesiogênicas” – adoecimentos típicos emocionais de quem convive e participa de um ambiente de igreja.O que é neurose? Neuroses são definidas como um adoecimento de origem psicológica, em que os sintomas (o comportamento que se vê), são a expressão simbólica de um conflito psíquico[1]. “Reconheço que minha capacidade é bastante limitada” - diz o nosso autor, na intenção de dizer que há uma complexidade muito grande no homem e nas diferentes igrejas, que é o assunto a ser abordado.E ele continua dizendo: Não se pode considerar uma igreja boa quando seus membros não se sentem bem. Muitas vezes os membros parecem presos a uma estrutura circular, repetitiva, na qual só podem receber a graça de Deus, os que estão muito mal, muito necessitados. Ele diz isso, nos casos das igrejas “Neopentecostais” que culto após culto, semana após semana, se repetem. E o nosso autor continua: As igrejas podem até estar cheias, mas o que aconteceria se, apenas como exemplo, desligássemos os microfones e os instrumentos musicais? Os crentes provavelmente “acordariam” para sua realidade, perceber-se-iam mais distantes uns dos outros, sem muita coisa para assistir, mais abandonados e carentes do que lhe fariam bem – contato real, humano, amoroso e edificante – e provavelmente muitos se afastariam das reuniões.Mas essas constatações de um “mal-estar na igreja” precisam de mais fundamento.Que sinais enxergamos do mal-estar entre os crentes? Nosso autor cita alguns como:
  • Loucura
  • Frustração
  • Desconfiança
  • Pasteurização

E todos esses tópicos, ressalta Karl Kepler, requer de nós uma investigação. É uma busca, uma pesquisa, uma tentativa de analisar o que está ocorrendo. E é o que ele vai fazer. Diz ele: “Precisamos entrar na igreja, para tentar descobrir o que está havendo, tentar identificar porque uma comunidade que deveria estar gerando vida abundante está produzindo “semizumbis”, poucos vivos”.Por que uma instituição que poderia ser terapêutica está ajudando a adoecer, e por que tantas pessoas que dela se aproximam saem frustradas após algum tempo?
Agora, não mais Karl Kepler, mas este que lhe envia este breve texto, é o que lhe fala, afim de refletir, questionar. Neemias questionou seu irmão e a história de Israel mudou. Perguntar, o porque, como, para que, onde, com quem, quando, cadê, enfim, a ânsia de buscar resposta, é o que me inspira e me incentiva a compartilhar com você estas breves linhas.

“Tudo que sei, é que nada sei”. Frase essa do filósofo Sócrates, que faço uso aqui para dizer que “quanto mais vivo, mais tenho necessidade de aprender e é isso que me faz ter cada dia mais, essa vontade de viver, e quando penso que aprendi algo, muito mais quero aprender”. E essa frase, por incrível que pareça, acabou de sair da minha cabeça agora mesmo, enquanto escrevia.
Quero encontrar respostas. Não posso desistir de ver as coisas como estão e cruzar os braços. Tenho conversado com amigos, tenho visto situações, lido notícias, servido de ouvido para alguns, de mão amiga para outro, mas acontece que essas “neuroses” também podem me, aliás, “pegar-nos” de surpresa. Não há super-heróis nas nossas Bíblias e sim homens e mulheres de Deus, como você, eu e nossos irmãos. No Novo Testamento, Tiago, em sua carta, explica de forma simples e clara que “Elias”, sim o profeta de Israel, “era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos...” – Tiago 5:17. Espero poder contribuir, e aprender com você que lê, para que possamos orar, como George Whitefield orou certa vez dizendo: “Eu peço a Deus que faça de mim hoje um crente fora do comum”.

Paramos então, numa questão que muito nos incomoda, até por que “onde já se viu reclamar de Deus, da igreja, dos pais, dos líderes, etc.?”. A pergunta que o Dr. Karl Kepler nos fez foi : “Por que uma instituição, neste caso a igreja, que poderia ser terapêutica está ajudando a adoecer, e por que tantas pessoas que dela se aproximam saem frustradas após algum tempo?”
Vamos lembrar novamente, alguns “sinais do mal-estar entre os crentes”? Repito: Loucura, Frustração, Desconfiança e Pasteurização.

Loucura?
Desde 1980, conta nosso escritor, fiz visitas a sanatórios, hospitais psiquiátricos...e notei que estes estivessem cheios, e com muitos irmãos evangélicos entre os pacientes. Me questionei sobre isso. Na verdade estudos sérios que tive acesso pela Unicamp, mostram que comunidades, como as igrejas, na grande maioria dos casos, reduzem os estragos das doenças mentais. Então entenda: Tomemos a presença de evangélicos em sanatórios como um primeiro sinal de que diferentemente do que alguns pregam e acreditam, não somos imunes às doenças mentais, e também não temos conseguido, curá-las, como certamente gostaríamos.

Frustração?
Um segundo sinal: O mundo está cheio de ex-crentes. Já também na mesma década de 80 um estudo do Jornal Batista apontava que o mesmo número de ex-batistas era o mesmo de batistas na ativa. Ser um ex-batista evidentemente não que dizer que a pessoa deixou de ser um crente. Mas o estudo estava voltado neste seguimento. Com o fenômeno das igrejas neopentecostais, uma nova safra de crentes evangélicos inundou o Brasil e à medida que os anos passam e as “promessas de prosperidade” não se cumprem, uma nova safra de ex-crentes decepcionados deve estar voltando para as ruas. Não esperamos que a igreja satisfaça a todos que a procuram. Mas decepcionar a tantas pessoas, dentre a pequena parcela da população que se decide a entrar nela, é sem dúvida mais um indicador de que há problemas sérios que não estão sendo tratados, tanto nas igrejas tradicionais, quanto nas pentecostais.

Desconfiança?
Por que o crente tem medo de consultar um psicólogo? Primeiramente, talvez, porque é difícil para todo mundo admitir que tem problemas; e mais ainda quando aprendemos (e ensinamos) a cantar que Jesus é a solução de todos os nossos problemas. Além disso, diz Kepler enfaticamente, temos medo de que o psicólogo vá nos encorajar a abandonar a nossa fé, a abandonar o casamento, ou a própria igreja, entre outras coisas. Um outro ponto é que “temos dificuldade de lidar com críticas”. E isso só revela a nossa falta de hábito de criticarmos a nós mesmos, de praticar a autocrítica. A autocrítica envolve a difícil tarefa de reconhecer erros, ouvir reclamações, parar nosso ritmo frenético de atividades e falas e se dispor a escutar, refletir, examinar e criticar também. A prática da autocrítica implica aceitar, sempre, certo montante de fracassos. E isso não parece condizer com a postura de quem tem o Rei dos reis e Senhor dos senhores ao seu lado. *Ainda mais numa cultura cristã “triunfalista”, que, esteja certa, ou esteja errada, brada a plenos pulmões dizendo que “Eu posso todas as coisas Naquele que me fortalece”, quando se está por cima, mas quando a luta e a dificuldade vem é obra do diabo. Será?
Pasteurização?
Um outro sinal de que as coisas não vão bem conosco é “a qualidade de vida que temos”. Não em questões financeiras ou de conforto material, mas qualidade viva mesmo. Nossa vida evangélica no dia-a-dia poderia ser qualificada como “pasteurizada”, aquela dos leites de saquinho ou UHT de caixinha. Aqui Karl Kepler está se utilizando de uma figura de linguagem, uma ilustração no que quer nos explicar. Ele diz: Nossa vida sofreu um enorme choque térmico e ficou estéril, infecunda, sem muito brilho nem muita cor. As pessoas de fora da igreja, consideram o crente como aquele que não faz isso, não participa daquilo, não aprova aquilo outro; ou seja, uma identidade negativa. O crente é visto como um ótimo funcionário, é bom trabalhador, mas péssimo para se conviver, sem disposição de se sociabilizar. Uma boa área que quero falar disso pode ser a música. Tenho contato com muitos profissionais do ramo e são muito bons no que fazem. Certa vez comecei a perguntar-lhes o que pensavam a respeito das nossas bandas gospel. Eles com muito jeito para não me constranger, pois sabiam que eu era evangélico, me responderam que os músicos tocam muito bem, têm boa técnica, mas que a música parece “sem alma”. Certinha, tecnicamente perfeita, mas sem alma. Acho que é um bom retrato da nossa vida: procuramos fazer tudo certinho, da melhor maneira possível, mas por alguma razão, sem muito sabor, sem muita vida. Não queremos enganar ninguém, temos as melhores das intenções, queremos ser espirituais, queremos acertar em tudo. Mas muitas das vezes nossa vida continua da mesma forma. Daí então pedimos a ajuda de Deus, oramos mais intensamente, prestamos atenção nos sermões, nas profecias, mas nossas vidas seguem “pasteurizadas”, meia viva, meia morta. A igreja não muda isso e parece até que reforça essa pasteurização. É por isso que digo que precisamos de “investigar”.Por que investigar?Porque quando há algo errado em nossa casa, por exemplo, procuramos encontrar o problema até resolvê-lo. No caso, “a igreja” precisamos descobrir o que está havendo. De novo aquelas incômodas questões nos são necessárias: Por que uma comunidade que deveria estar gerando vida abundante, está produzindo semizumbis poucos vivos? Por que uma instituição que poderia ser terapêutica, ajuda a adoecer, e por que tantas pessoas que dela se aproximam saem frustradas após algum tempo? Mas medite nesse versículo:E então disse Jesus: Porque vocês não se retiram como eles assim fizéram?E Pedro então respondeu: Para onde iremos Senhor? Tu tens as Palavras da Vida Eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus. Boas Novas de João – Capítulo 6 versos 67 a 69.Vejamos então os climas:
  1. Dentro das Igrejas
  2. Das Pregações
  3. Do Louvor e Adoração
  4. No coração dos cristãos

E ainda a qualidade “da “roda viva” - a membresia das nossas igrejas
1. O clima dentro das Igrejas
O que a igreja, por si só, nos leva a pensar, fazer? Nos lembra de Deus, de Alguém maior do que nós, que está acima de nós, supremo, inquestionável. Nos lembra também do céu, da eternidade... Lá dentro do prédio que convencionamos chamar “igreja”, desfrutamos de alguma convivência humana: temos amigos...há espaço para os jovens conhecerem outros do sexo oposto...a participação em grupos fortalece as amizades...todo esse relacionamento é bom e acontece aqui embaixo na “casa de Deus”. Essa vida mais social nos torna afetivamente supridos, o que reforça a separação que muitas vezes é pregada, entre os crentes e “o mundo”. Imaginamos que Deus, lá do alto, nos abençoa e protege, e ao mesmo tempo condena o mundo lá fora. E enquanto Deus é sentido “lá no alto”, aqui em baixo existe uma categoria de servos especiais dEle, que de certo modo, o representam: sãos os pastores e pastoras, e no caso dos irmãos pentencostais, diz o nosso autor, profetas e profetisas.Existe algo que não dá para negar, diz Kepler: mesmo que nós, protestantes, afirmemos a correta doutrina do “sacerdócio universal dos crentes”, no ambiente da igreja praticamos uma separação entre ministro (pastores, anciãos, presbíteros, qualquer que seja o nome), e os irmãos e irmãs em geral: diferenciação muito parecida com a existente entre clero e leigos na igreja católica. Essa hierarquia amplia, no cristão comum, aquele sentimento de pequenez, de incapacidade própria.O mapa de atividades da igreja diz Karl Kepler, se parece muito com um estádio de futebol: muitos sentados assistindo e alguns poucos heróis correndo feitos loucos, providenciando a ação. Como a igreja não é um time de futebol, e como são esses poucos ativos que fazem uso da palavra, é muito freqüente que eles confundam “viver para Deus” com “assumir alguma responsabilidade na igreja” (afinal, eles estão sentindo o desgaste na própria pele). Isso nos leva a próxima área de investigação, “o clima das pregações”.
2. O clima das pregações
Tradicionalmente, temos dois tipos de pregação em nossas igrejas: Sermões para "os de fora", chamados sermões evangelísticos, e os sermões para os de dentro, para os crentes, os sermões doutrinários. As diferenças entre estes dois tipos de sermões são grandes e bastante reveladoras. Nas mensagens evangelísticas a tônica é: "Deus ama e aceita você, venha para Jesus como está, e Ele perdoará os seus pecados. Saia dessa vida e junte-se a nós". Antigamente quase todas as igrejas tinham cultos no domingo pela manhã (dirigido aos crentes) e novamente à noite (dirigido aos visitantes, evangelístico). Hoje apenas alguns grupos mantêm essa prática. Mas o que é pregado aos crentes, aos que já aceitaram a mensagem evangelística, decidiram crer em Jesus e se integraram à igreja?
Diz o nosso autor que quando falam aos crentes (que é a grande amioria dos casos), os pregadores sempre estão cobrando alguma coisa, sempre mostrando a necessidade de algum aperfeiçoamento. É verdade que entre entre as denominações, os estilos e tônicas das pregações, tem os seus estilos próprios. Por exemplo: No caso dos nossos irmãos neo-pentecostais, os ouvintes são compelidos a ir à frente para receber uma unção do pregador/pastor para que sua vida melhore (até o domingo seguinte, quando o procedimento será repetido). Já os pentecostais e até os tradicionais, muitas vezes saem do culto compenetrados em alguma virtude que ainda lhes falta. Agora, voltemos à figura do estádio de futebol do qual foi falado algumas linhas acima: os pastores, na verdade sabem que esse jogo não é apenas para os 22 em campo e não se conformam com a falta de participação da audiência. Essa "frustração" com a igreja, transparece em muitas pregações. As frases mais ouvidas são de compromisso, de seriedade, de obediência - às vezes em troca da proteção ou da benção. O sentimento transmitido é que "DEUS, lá do alto, está insatisfeito com você crente". Ou seja: Você (eu), nós, precisamos nos dedicar mais, ler mais a Bíblia, orar mais, evangelizar mais, jejuar constantemente, combater mais o pecado, enfim, mais, mais mais e mais. Muitas coisas prazerosas foram transformadas em dever. Quér alguns exemplos? Amar aos irmãos, ter comunhão com Deus, ajudar a diminuir os sofrimentos dos outros, tudo é lido e ouvido "sob a ótica do dever", do mandamento a ser obedecido. E dependendo de quem e como é ministrado, passado a mensagem, parece que se tem "adicionais" ao decálogo, gerando o 11º, 12º, 13º mandamentos e assim por diante.
Como estudioso, diz Karl Kepler, provavelmente estamos aqui, diante do que pesquisamos, em contato com uma importante fonte de nossos problemas. Quem atendeu a mensagem, ao apelo que dizia "Vinde a mim, todós vós que estais cansados e oprimidos, e eu lhes aliviarei - Mt 11:28", agora só ouve mensagens (pregadas em nome do mesmo Deus), que exigem mais empenho, mais esforço, mais tantas e tantas "imposições" que nem convém citá-las. Então, eis nos à questão: Onde está o descanso prometido?
E no meio de tantas cobranças, ainda somos levados a cantar "Satisfação é ter Cristo, não há maior prazer já visto"... Isso, diz Kepler, muitas vezes, sendo enfatizado pelos ministros a cantar com "mais entusiasmo". Sinceramente não é saudável, diz o estudioso. E por falar em cantar, o louvor e a adoração é uma outra área que examinei também, diz o nosso autor.
E é o tema, que veremos a seguir nas próximas postagens.

[1] Karl Kepler opus citi Laplache/Pontalis, VOCABULÁRIO DE PSICANÁLISE, SãoPaulo, Martins Fontes Editora, pg. 16.
Karl Kepler é brasileiro, formado em Teologia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo, onde leciona Novo Testamento, foi ordenado pastor, formou-se Psicólogo Clínico pela PUC-SP, é professor na área de Psicologia, atualmente é o Presidente Nacional do CPPC - Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos, escritor dos livros "Aba Pai - aprendendo com nossos filhos sobre o Pai do Céu” e “Neuroses Eclesiásticas e o Evangelho para Crentes”, além de escrever artigos para a revista “Psicoteologia”.

sábado, 23 de janeiro de 2010

SOTERIOLOGIA

Soteriologia, é o estudo teológico que trata da "doutrina da salvação".
Quando falamos em salvação, condenação, livre-arbítrio, predestinação, salvos e perdidos, precisamos estar muito bem claro com um fator que é inquestionável, imutável, inabalável e fundamental: A Soberania de Deus.
Inquestionável, porque Deus é perfeito; Imutável, porque Deus já sabe o incío, o meio e o fim de todas as coisas e na sua eternidade Ele já sabe tudo muito bem o que vai e o que não acontecer; Inabálavel porque haja guerra, haja paz, haja perdição ou salvação, Deus continua e sempre continuará sempre sendo o mesmo ontem, hoje e eternamente; e Fundamental porque se trata da maior importância para a defesa, conhecimento e principalmente para a proclamação da nossa fé. Vamos somente lembrar alguns pontos relevantes que a Bíblia mostra claramente a soberania de Deus, para prosseguirmos nesse assunto tão importante. Deus é soberano, porque:

Deus é antes de todas as coisas - Gn 1.1-2, Cl 1.17; Sl 90.2, Ap 1.8, Hb 1.2.

Deus criou todas as coisas - Gn 1.1, Jo 1.3, Cl 1.16, Rm 11.36.

Deus está acima de todas as coisas - Ef 4.6, Sl 8.1, Sl 57.5, Sl 97.9.

Deus conhece todas as coisas - Sl 147.5, Is 46.10, Sl 139.4-6, Rm 11.33.


Postarei mais alguns pontos mais adiante.
DEUS o abençoe.

Carlos E. S. Bezerra

HOMILÉTICA/ MINISTÉRIO DA PALAVRA

A chave para a vitalidade de nossas igrejas é nosso púlpito, não nossas programações.

Dos seus estudos e sua tese no Seminário Fuller, sobre o Movimento de Crescimento da Igreja, David Eby, conclui dizendo que "igrejas que crescem são invariavelmente centro de ótima pregação",....e de minha agradeço a Deus por David ter feito este estudo. - Jonh F. Macarthur Jr.

Refletindo sobre "PREGAR".
Pregar...é o coração,o sangue, o sistema circulatório completo da vida e do crescimento da igreja. Todos os pregadores devem pensar "corretamente" sobre pregação.
Pois..."pregação frágil, rasa, inconsistente, não trará crescimento algum à igreja".
E o real problema da pregação são os próprios "pregadores".
É tempo de consagração ao ministério da oração e da palavra.
David Eby

Na Igreja Primitiva...
...Atos é importante devido à inspiração contemporânea que nos traz...de fato, tem sido um exercício salutar para a Igreja Cristã de todos os séculos comparar-se com a igreja do primeiro século e tentar "reconquistar" algo daquela confiança, daquele entusiasmo, daquela visão e também daquele poder. -John Stott.

Atos 6:7 - "E divulgava-se a Palavra de DEUS, de sorte que se multiplicava muito o número dos discípulos em Jerusalém e muitos sacerdotes obedeciam à fé".
"Por isso considero o livro de Atos o meu manual de crescimento da igreja. Se desejamos que nossa igreja cresça, é preciso então estudar. Estudar o crescimento da igreja. E este estudo não está em minhas teses ou em qualquer livro que se tenha lançado até este século XXI. Mas quando Lucas, começou a narrar os fatos, através do Livro de Atos" - David Eby.

Dentre tantos outros propósitos que Lucas tinha em mente, descrevo cinco destes propósitos, quando escrevia o livro de Atos:
1. Mostrar o cumprimento da promessa de Deus de abençoar todas as nações no descendente de Abraão, o Messias, nosso Senhor Jesus Cristo;
2. Apresentar uma história de triunfo do Evangelho e da obra de Cristo através do Espírito Santo em expandir a igreja de suas estreitas raízes judaicas para uma comunidade da nova aliança que transcende raça e cultura;
3. Demonstrar que ninguém pode impedir o avanço do Evangelho de Cristo em cumprimento de Sua ordem e promessa, independente de oposição ou perseguição;
4. Mostrar que a Cruz e a Ressurreição de Cristo são a base da igreja.
5. Deixar um relato sobre a pregação, pois foi através dela, que o Espírito Santo sempre acrescentou e sempre acrescentará e edificará os que crêem, e como crerão se não “ouvirem” a mensagem? Isso nos faz refletir sobre o que estamos pregando em nossos púlpitos não é?

Concluindo:
Pregar deve ser a sua visão
Pregar com poder deve ser o seu chamado
Pregar A Palavra deve ser o assunto mais importante de sua vida
“...a mais urgente necessidade da igreja cristã da atualidade é a pregação autêntica” – D.Martyn Lloyd-Jones.

“Não procuro outra forma de converter pessoas além da simples pregação do evangelho e da abertura dos ouvidos dos homens para ouvi-la. No momento em que a igreja de Deus menosprezar o púlpito, Deus a desprezará. Tem sido através do ministério da pregação, que o Senhor tem se agradado em reavivar e abençoar suas Igrejas” – Charles H. Spurgeon.

Deus os abençoe
Carlos E.S. Bezerra
Reflexões sobre o Ministério da Pregação
Como Anda a Nossa PREGAÇÃO?

G. Campbell Morgan foi um pregador da Palavra. Aliás: Ele foi considerado e é chamado por muitos de “Príncipe dos Expositores”.
Ele dizia: “A Pregação é a proclamação da Palavra. A verdade como a verdade foi revelada...o trabalho supremo do ministro cristão...e esse trabalho glorioso é a pregação”.

O Pr. Hernandes Dias Lopes diz que “A suficiência da Escritura foi abandonada para adotar outras doutrinas estranhas à Bíblia. Para agradar o mundo, muitas igrejas mudaram a sua mensagem e abordagem. Para atrair pessoas, muitos pregadores não pregam o que Deus manda, mas o que as pessoas querem ouvir. A mensagem tem sido centrada no homem, em vez de Deus”.

Um amigo e Profº. de Hermenêutica certa vez disse que “a mensagem que tem se ouvido pelos púlpitos de hoje, é uma mensagem a La Carte. O ouvinte escolhe o que quer ouvir e vai onde lhe é melhor. Não podemos negociar, pois estaríamos sendo negligentes com Aquele que nos arregimentou”.

E o Pr. H. D. Lopes enfatiza um pouco mais:
“As leis de mercado ditaram a mensagem. Os bancos dominaram os púlpitos. A mensagem tem sido mais influenciada pelo pragmatismo do que pela teologia. Muitas mensagens passaram de formalismo seco, ao invés de serem capacitadas pelo Espírito Santo. São dirigidos para a mente, não tocam ao coração. Os resultados são imediatos, mas as raízes não estão sendo regadas para se tornarem fortes e profundas. Os perdidos não estão sendo salvos e muitos cristãos não estão sendo edificados”.

John Wesley, parece ter profetizado quando um dia escreveu: “Ponha fogo em seus sermões, ou ponha seus sermões no fogo”.
Calvino dizia que: “O púlpito deve ser o trono de onde DEUS governa o seu povo”.

Como anda a nossa pregação? Já tinha parado para refletir sobre isso?

Que Deus o abençoe em nome de Jesus
Carlos E.S. Bezerra

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

RETIRADA ESTRATÉGICA

Retirada Estratégica – de Bob Briner & Ray Pritchard

“Mas Ele lhes dava ordens severas para que não dissessem quem Ele era” Marcos 3:12

Uma retirada estratégica quase sempre é um elemento necessário ao sucesso. O líder dotado de entendimento sabe que dificilmente colecionará sucessivas vitórias sem que sua bem-sucedida marcha seja impedida ou interrompida. Sempre haverá oportunidades em que um líder consciente opta por uma retirada estratégica como por exemplo no esporte , temos os conhecidos pedidos de tempo, quando o treinador pede para parar o jogo, visando esfriar o ímpeto do time adversário, ou reunir os seus atletas para orientá-los. Em qualquer situação da vida real, surgirão momentos em que “descrição é a qualidade mais valiosa”, quando uma temporária saída de cena, uma retirada estratégica ou mesmo um pedido de tempo são atitudes não só necessárias, como também indispensáveis. O líder insensato pode permitir que o orgulho, o ego excessivo ou sua obstinação o façam esquecer-se de que a liderança, num esforço meritório, deve levar em conta e “considerar a floresta, não só a árvore”. Uma batalha perdida ou retirada estratégica dentro de um esforço de vitória global é, na realidade, uma conquista.

No episódio em que os fariseus conspiraram com os herodianos visando matar Jesus, logo após ele haver curado a mão ressequida de um homem em pleno sábado (Marcos 3:1-6), é claro que Jesus poderia tê-los enfrentado naquela mesma hora. Jesus poderia ter assumido uma posição de confronto; porém, em sua infinita sabedoria, não o fez. Ele retirou-se. Quando os espíritos imundos , ao vê-lo, prostravam-se diante dele e exclamavam: “Tu és o Filho de Deus” (Marcos 3:11), Jesus poderia ter dito: “SIM, EU SOU. Contem para todo mundo!”. No entanto, Jesus não agiu assim, pois sabia que o momento certo ainda não havia chegado. Suas tropas ainda não estavam prontas. Era o momento de um pedido de tempo, e assim ele os advertiu severamente no sentido de que não contassem a ninguém sobre a sua verdadeira identidade.

Algumas vezes, você deve apenas gritar: “Tempo!”. Assim como um jogador de basquete precisa dar uma para e retomar o fôlego, ou o capitão do time precisa conversar com o técnico, não deveríamos nos sentir tão mal ao decidir por uma pausa estratégica da febril rotina, e assim poder conversar mais privadamente com os membros da equipe. Tanto no mundo dos negócios como no contexto da igreja, tenho sido testemunha de louváveis esforços que terminaram em vão, simplesmente porque os líderes não se dispuseram ou não admitiram executar uma vital retirada estratégica ou um pedido de tempo tático, devido ao excesso de zelo ou curta visão. Nos negócios, alguns executivos investem tanto de seu ego em um determinado planejamento, produto ou programa, que se tornam incapazes de interrompê-los, mesmo em face de contínuas perdas e desastres iminentes.

Alguns pastores e líderes religiosos tornam-se tão certo de que seus planos de evangelismo, crescimento de igreja ou a construção de um novo templo, estão no alvo certo, que insistem em prosseguir adiante, mesmo enfrentando a apatia da congregação, ou ainda a franca oposição, avessos que está, à idéia de um pedido tático de tempo – paralisar momentaneamente as atividades – enquanto se dedicam a educar, encorajar e formar consenso. Quando isso ocorre, igrejas enfrentam cisões, relacionamentos são quebrados e o plano (independente de quão positivo seja) jamais se materializa. Como resultado, o reino de Deus permanece estagnado.

O líder que é sábio decide por uma saída tática, retirando-se de cena, quando necessário, a fim de alcançar o melhor. Com freqüência, a liderança requer “aceitar as dificuldades com serenidade” e considerar “dar um tempo” rumo ao objetivo final.

Jesus demonstrou isto tantas vezes e com tamanho brilhantismo que esta é uma daquelas lições de liderança que jamais devemos esquecer.

LIÇÕES DE LIDERANÇA DE JESUS – UM MODELO ETERNO PARA OS LÍDERES DE HOJE – Bob Briner & Ray Pritchard – Editora United Press – pg. 44.

Para meditarmos: Grandes multidões o acompanhavam, e ele, voltando-se, lhes disse: Qual o rei que indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? Caso contrário, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz. Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo. Lucas 14:31-33.


Graças e Paz, meu amado irmão;
Ao ler este texto me lembrei do meu Pr. Certa vez, ele nos falava, em um dos seus sermões, que devemos ter uma vida disciplinada, de oração, de busca profunda e reflexiva com Jesus, pois Ele está preocupado com as multidões sim, mas especialmente com você. Sim, esse Deus, JESUS, Ele está preocupado é contigo, com você. Assim como Ele andava no meio das multidões, Ele, Jesus, esse Deus que é pessoal, que tem um particular, nos prova, pelas Escrituras, que se preocupou com multidões sim quando curou e alimentou milhares de uma só vez, e só Deus pode fazer isso, mas que se preocupou também, de forma pessoal e íntima com aquela mulher que tocou na orla das suas vestes, com o cego que clamou por ele, se preocupou com o pequeno homem que subiu na figueira brava, com as crianças que queriam ter com ele, com o servo de um centurião, com a sogra de um dos seus discípulos, com um amigo que veio a adoecer e falecer para a glória de Deus, com a pouca fé de um pai desesperado com seu filho sem solução, com uma mãe que nem israelita era... Que Deus maravilhoso é esse Jesus.
O pastor ainda falou de diversos assuntos no mesmo sermão, e principalmente de que o “superativismo” não vai nos levar a nada. Bom mesmo é estar com Jesus. Seja no meio da multidão, seja com os nossos irmãos, seja a sós para ter um particular com Ele, que deseja nos tratar, bom mesmo é saber que somos amados Dele, infinitamente, independente de cargo ou posição, porque diante de Deus somos todos “filhos”. Você tem se retirado para estar a sós com Ele? Creio que sim, a sós no seu quarto não é verdade?
Entenda que outros precisam se retirar, e pensar, e ficar um pouco mais a sós com Jesus.

Deus o abençoe!

O Salmo do Seminarista

SALMOS 137
[1] Às escadarias do Seminário, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos do começo do semestre.
[2] Nos banheiros depois do futebol, pendurávamos as nossas chuteiras,
[3] pois aqueles que nos encheram de atividades nos pediam trabalhos, e os nossos professores, que fôssemos alegres, dizendo: Entregai-nos algum dos trabalhos da matéria.
[4] Como, porém, haveríamos de entregar os trabalhos do Professor em tempo tão curto?
[5] Se eu de ti me esquecer, ó Seminário, que se resseque a minha mão direita.
[6] Apegue-se-me a língua ao paladar, se me não lembrar de ti, se não preferir eu o Seminário à minha maior alegria (futebol, tv).
[7] Contra os relapsos, lembra-te, Senhor, no dia da prova, pois diziam: Cancelai-a, cancelai-a, até o último momento.
[8] Professores, que hão de ser destruídos, feliz aquele que te der o pago do mal que nos fizeste.
[9] Feliz aquele que pegar teus livros e joga-los pela janela.

domingo, 10 de janeiro de 2010

HERMENÊUTICA

Primeiro, uma frase para refletirmos:
Texto, fora do contexto, vira pretexto.
A quantidade de "interpretações" a bel-prazer, que se tem visto e ouvido nos últimos dias em nossas igrejas (pois não me excluo de ser um membro do corpo), é impressionante, mas não é novidade. Sabemos que a serpente "distorceu" A PALAVRA de Deus à Adão e o mesmo não se viu na condição de continuar dando crédito ao que O Senhor o havia lhe dito. Conclusão: O Pecado foi consumado. Enfim, este blog, foi criado, afim de refletirmos sobre uma Teologia sadia, compreensível e fácil acesso à todos os que desejarem junto comigo, estudar, conhecer e sempre que possível se aprofundar mais e ter mais intimidade com Aquele que É O Caminho, A Verdade e A Vida.
Boa Leitura




AS PRINCIPAIS REGRAS DA HERMENÊUTICA

A REGRA FUNDAMENTAL - A regra fundamental da hermenêutica bíblica é a que a Bíblia é a sua própria intérprete. Ou seja: A Escritura explica-se a si mesma. A Bíblia pode e deve ser explicada por si só, ela tem autoridade, conteúdo e autoridade para tal. Se todos tivéssem a sensatez de permitir que a Bíblia se explicasse a si mesma, não teríamos tantos erros graves e desastrosos por aí afora. Os motivos podem ser a má vontade, a incredulidade, a preguiça em estudar as Escrituras, mais o perigo a idéias falsas e mundanas e a ignorância de toda regra de interpretação, representam causas dessas pretensas interpretações que temos visto nos púlpitos, igrejas, denominações e chegando até aos meios mais modernos de comunicação, gerando heresias, e mais heresias todos os dias.

1º REGRA - Veremos adiante, nas próximas postagens.


Trechos do Livro HERMENÊUTICA - Princípios de Interpretação das Sagradas Escrituras - Lund & Nélson - Editora Vida - SP


O QUE É HERMENÊUTICA?
Estudos em Hermenêutica Bíblica (Ou, Leis Básicas de Interpretação da Bíblia)

Pr. Davis W. Huckabee
Define-se hermenêutica como “a ciência da interpretação; principalmente, o ramo da teologia que trata dos princípios da exegese”, Novo Dicionário Mundial Webster[1]. Ter o método correto de interpretação da Palavra de Deus significa a diferença entre sua correta compreensão, e heresias nas crenças e comportamento. Em assuntos espirituais, é de grande importância que tenhamos princípios sólidos de interpretação da Bíblia, ou então nos desencaminharemos mediante uma compreensão pervertida da Revelação de Deus à humanidade. Toda heresia que já causou destruição na raça humana ocorreu porque alguém interpretou a Palavra de Deus de modo errado em algum ponto, ou então, como é menos comum, agiu em consciente oposição à Verdade.
Vê-se a importância da correta interpretação da Bíblia na exortação de 2 Timóteo 2.15: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” “Procura” no português moderno é mais restrito do que o significado antigo em português e a palavra grega (spoudazo), que das onzes vezes em que aparece é traduzida “com diligência; esforçar-se, procurar”. Essa palavra, embora inclua o processo mental de estudar (no sentido moderno), inclui muito mais. Não só isso, mas o grego para “maneja bem” (orthotomos) era usado na antiga Grécia para fazer uma linha reta ou arar um sulco reto de arado.
“Theodoret explica que essa palavra significa arar um sulco reto de arado. Parry argumenta que a metáfora é o pedreiro cortando pedras retas, já que assim são usadas as palavras temno e orthos. Considerando que Paulo era um fazedor de tendas e sabia como cortar reto o áspero material de pelo de camelo, por que não deixar que isso seja a metáfora? Certamente, já há muita exegese torta o suficiente (estilos de patchwork[2]) para que se invoque a necessidade de um corte cuidadoso para ajustá-la”. — A. T. Robertson, Word Pictures In The New Testament (Ilustrações da Palavra no Novo Testamento), Vol. IV, pp. 619-620.
É uma verdade trágica — tão conhecida que é inegável — que boa parte das interpretações forçadas das Escrituras é um tipo de patchwork, e muitas pessoas são culpadas de interpretar as Escrituras numa linha ziguezague a fim de harmonizá-las com seus preconceitos pessoais. Mas se quisermos ser aceitos pelo Senhor quando permanecermos diante dEle no juízo, então vamos ter de interpretar a Palavra de Deus em linha reta do começo ao fim, mesmo quando seu corte cruza diretamente nossas teorias e convicções prediletas. É uma incoerência suprema interpretar as Escrituras de um jeito quando estamos argumentando uma coisa, então darmos meia volta e interpretarmos de outro jeito quando estamos discutindo outro argumento, apenas para podermos manter nossa própria teoria. A Palavra é comparada a uma afiada espada de dois gumes, Hebreus 4.12, e uma parte dessa comparação é que a Palavra corta de duas direções. Se a usarmos para derrubar a interpretação de um oponente, não nos esqueçamos de que a Palavra tem o outro lado apontado para nossa direção para derrubar também nosso método de interpretação se for contrário às Escrituras.
Coerência em nosso método de interpretação da Bíblia é uma jóia preciosa que todo cristão deve almejar com todas as forças — não só os pregadores, embora os pregadores causarão danos muito maiores se tiverem um método ziguezague de interpretação da Bíblia. B. H. Carroll tem observações tão excelentes sobre 2 Timóteo 2.15 que o melhor que podemos fazer é citá-las para benefício dos leitores. Ele diz:
“A idéia é a de um fazendeiro arando um sulco reto de arado, não torto, curvado ou ziguezague. Já vi num grande campo homens arando uma linha reta por uma milha — reta como uma flecha. Assim, quando chegamos ao debate acerca da verdade, devemos arar um sulco reto, dividi-lo em linha reta, maneja-lo bem. Não devemos fazer ziguezague entre as palavras como se estivéssemos tentando entusiasmar algo repentinamente, mas ir direto ao alvo, talhar rente à linha e se fomos testados como ministros de Deus podemos fazer isso. Aqui está um jeito pelo qual podemos saber que estamos arando um sulco reto: Se aplicarmos uma interpretação a alguma passagem que no livro seguinte irá diretamente contra, ou dar sombra de dúvida, esse sulco não será aprovado conforme à Bíblia e nós temos a idéia errada acerca da interpretação. Se temos a idéia certa, o sulco será um sulco reto de Gênesis até Apocalipse. Ficará de acordo com o cânon, ou regra da verdade”. — An Interpretation of the English Bible (Uma Interpretação da Bíblia em Inglês), Vol. 16, p. 143ff.
Todo cristão deve ser uma pessoa do Livro, e os batistas em particular têm há muito sido conhecidos como “povo do Livro”, que é o que todo cristão deve ser. Mas todos precisam dar atenção ao jeito como lêem e interpretam as Escrituras, pois até mesmo os agnósticos e infiéis lêem e interpretam as Escrituras, mas eles fazem isso com o propósito de desprezar e derrubar as afirmações e ensinos das Escrituras. Assim, é óbvio que ler e interpretar as Escrituras não significa nada, a menos que princípios certos sejam empregados na sua leitura e interpretação.

Já foram escritos muitos livros sobre hermenêutica bíblica, porém este escritor não teve o privilégio de ler a maioria deles. Contudo, em seus quarenta anos de ministério ele observou que as seguintes coisas são leis básicas para a interpretação correta das Escrituras. E ele espera que o uso dessas leis ajudará outros a serem melhores estudantes da Bíblia. Se fossem usadas por todos, essas “Leis” ajudariam todos os estudantes da Bíblia a ter uma opinião em grande parte harmoniosa das doutrinas bíblicas.-
[1] hermenêutica – [F. subst. de hermenêutico.] S. f. 1. Interpretação do sentido das palavras. 2. Interpretação dos textos sagrados: 3. Arte de interpretar leis: Dicionário Aurélio Eletrônico
[2] Patchwork – [Ingl.] Adj. 2 g. 1. Diz-se do tecido feito com retalhos retangulares de tecidos de cores ou estampados diferentes, cosidos entre si, ou do tecido com estampado que repete o motivo acima. [O desenho deles é o mesmo de certos panos de crochê ou de retalhos feitos com pedaços retangulares de material de cores diversas.] Dicionário Aurélio Eletrônico
Autor: Pr. Davis W Hckabee

CRISTOLOGIA

A Preexistência de Cristo

"No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus". A linha de abertura do Evangelho de joão é um dos versículos mais famosos, e ao mesmo tempo, mais difíceis de toda a Bíblia. Seu significado tem sido ponderado e debatido pelos teólogos desde o nascimento do cristianismo, e entendê-lo corretamente permanece num dos maiores desafios à nossa fé. Quem ou o que é a Palavra (O Lógos - em grego)? E o que significa dizer "a Palavra estava com Deus"? E mais ainda:"Era Deus simultaneamente"?

Vejam, o próprio João, autor deste texto, inspirado pelo Santo Espírito, creio e por isso afirmo diga-se de passagem, não nutria dúvidas da Palavra com Jesus Cristo nosso Senhor. Poucas linhas adiante ele adiciona: "Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós", esclarecendo que algo ou alguém divino tornara-se um ser humano. Entretanto, essa Palavra, "era uma pessoa" antes de humanizar-se, ou apenas uma parte de Deus, como, por exemplo, sua mente? Ou falamos, na verdade, a respeito de um plano divino, cumprido na vida de Jesus - ainda que ele mesmo não seja nada mais que um ser humano?

Essa questões são importantes, pois as respostas determinarão o que temos a dizer em seguida sobre a vida, a obra, o ministério de Jesus.

João 3:31 - Aquele que vem de cima é sobre todos, aquele que vem da terra pertence à terra, e fala como alguém da terra. Aquele que vem do céu é sobre todos.

Vamos continuar escrevendo sobre e observando o que já se pesquisou, afim de combatermos toda e qualquer heresia que tente se levantar no seio da igreja e tentando confundir e desviar do Caminho Eterno, àqueles que não tem a sua fé firmada, fundamentada Naquele que era, é e para sempre será O Senhor, muito antes da fundação do mundo, pois de eternidade a eternidade Ele é Deus.